O Rei Leão - Peças Perdidas - Capítulo 5

Não, não é uma miragem, o capítulo finalmente saiu.

Atrasado? Sim, muito atrasado.

Mais curto do deveria ser? Provavelmente sim.

Mas demos o nosso melhor e esperamos que gostem.

Lá em baixo falo mais com vocês. Boa leitura! 

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...

O astro maior chegava ao meio do céu. Enquanto isso, Kovu esperava por Simba. Os dois haviam combinado de conversarem sobre assuntos importantes.

A solidão e a ansiedade começavam a tomar conta do príncipe. Se nada ocorresse, logo ele estaria divagando com as aranhas da caverna. O tempo passava e o eco silencioso da caverna começava a enlouquecer o leão até que, felizmente, o rei surgiu na paisagem a tempo, mas havia algo de errado, a preocupação estampada em seu rosto entregava isso. Logo Kovu também começou a ficar preocupado, com o motivo da aflição de seu sogro.

— Simba, está tudo bem?

— Está Kovu... está sim - respondeu o rei com um pequeno suspiro.

— Hum... - murmurou o moreno encarando Simba não acreditando no que o rei disse.

— Parece que temos um animal novo no reino e... ele ainda não conhece muito bem as regras, mas Vitani vai ficar de olhos abertos - respondeu Simba.

Kovu esboçou um semblante preocupado. Em sua mente ele questionava de onde surgiram tantos problemas e como ele enfrentaria todos esses empecilhos quando Simba não estivesse mais ali.

O rei então tira Kovu do meio daqueles devaneios. 

— Bem Príncipe das Terras do Reino - entoou Simba chamando a atenção do leão - precisamos conversar - concluiu rindo e começando a caminhar para fora da caverna.

O príncipe desconfiava sobre qual era o importante assunto, mas ainda não tinha certeza.

— Por isso estou aqui majestade - respondeu o moreno num tom descontraído escondendo sua preocupação.

Simba soltou uma pequena risada e continuou.

— Kovu - falou num tom acolhedor - Kiara é a minha primogênita e como você bem sabe eu sou o Rei das Terras do Reino - continuou de uma maneira humorada - assim, quando eu completar a minha jornada no Ciclo da Vida, Kiara se tornará rainha de todo este reino - o leão deu uma pequena pausa e retomou em seguida - E você - falou encarando Kovu comicamente como se o avaliasse - é o marido de minha filha e consequentemente o futuro Rei das Terras do Reino - concluiu assumindo um tom mais sério.

Kovu engoliu seco. É claro que ele já sabia que por casar-se com Kiara, se tornaria Rei das Terras do Reino, mas ouvir Simba dizer isso, fez com que a ficha finalmente caísse. Um reino inteiro dependeria dele em breve e ele teria a responsabilidade de proteger os seus.

— E como eu vou saber se estou pronto para isso? Quer dizer, governar todo este reino, como vou saber se vou conseguir? - perguntou involuntariamente o moreno.

— Não vai - respondeu o rei sem pestanejar - Nenhum príncipe está pronto para herdar o trono, mas com o tempo você vai aprender a fazer as coisas da maneira certa, assim como eu aprendi... e ainda estou aprendendo - concluiu descontraidamente.

Kovu encarava o horizonte ouvindo atentamente as palavras de seu sogro, mas sem respondê-las, apenas tentando absorver o máximo do que o rei dizia.

— Não se preocupe, você se sairá bem.

— Espero que sim - respondeu o leão ainda apreensivo.

— Além disso, você terá Kiara com você - respondeu o rei fazendo com que um sorriso surgisse no meio do rosto do moreno - Mas... - falou Simba num tom de suspense - todo grande rei precisa conhecer os seus súditos e por isso, você quem será o responsável pela Cúpula da Savana amanhã.

Kovu é pego de surpresa. As palavras fogem de sua boca e o leão não consegue esboçar uma reação enquanto o rei o observa.

Após absorver as palavras de Simba, Kovu percebeu que não fazia idéia do que se tratava o evento e o que ele teria de fazer.

— Será uma honra Simba, mas o que é exatamente essa Cúpula? - perguntou Kovu desajeitado.

Simba deslizou sua pata sobre os olhos desapontado.

—  Então vamos do começo - disse ele desanimado enquanto andava ao lado de seu genro.

Longe dali estava a Guarda do Leão. Como se não bastasse o fato de terem que lidar com o tumulto que os chacais causavam e os preparativos da Cúpula da Savana, agora eles tinham de encontrar um rebanho de zebras desaparecido e um "criminoso" desconhecido.

— Vitani - falou Kopa se aproximando da leoa que estava afastada do resto do grupo - está tudo bem?

Vitani deu um suspiro e respondeu o leão.

— Parece que não conseguimos passar um dia sem que pelo menos um problema novo apareça.

Os dois ficaram calados por alguns segundos observando o horizonte.

— É... - afirmou Kopa - mas pelo menos nós temos a melhor líder para nos mostrar como resolver esses problemas - disse encarando Vitani corada.

Nesse momento Kasi surgiu na paisagem. Vitani havia pedido para que a leoa procurasse pelo rebanho de zebras.

— Alguma notícia boa? - indagou a líder.

— Infelizmente não Vitani.

Vitani não tinha um rumo a seguir. As ideias pareciam fugir de sua mente e Kopa percebeu isso. O leão procurava por um caminho em que a Guarda poderia seguir, mas eles não dispunham de muitas pistas para decidir o que fazer. De repente uma luz pareceu surgir na mente do leão.

— Sabemos que as zebras foram atacadas de noite - comentou chamando a atenção do grupo - então não adianta procurar o assassino agora.

— Tá, mas o que vamos fazer então, sentar e esperar anoitecer? - perguntou Shabaha.

— As zebras continuam desaparecidas, então podemos nos dividir e procurá-las, para cobrir mais território... isso se Vitani concordar.

A ideia fez com que a leoa mudasse sua postura e reassumisse sua posição de líder.

— Vamos fazer assim - disse num tom inspirador - Shabaha e Kasi podem ficar próximas a Pedra do Rei, Tazama e Imara ficarão nas fronteiras e eu e Kopa iremos procurar perto da Cachoeira Hakuna Matata. Quando o Sol se pôr vamos nos encontrar no Olho D'água.

A Guarda concordou com cada palavra de sua líder. Então, Vitani olhou para Kopa e num uníssono os dois recitaram.

— Até onde o reino se estende!

— A Guarda do Leão defende! - responderam os outros integrantes do grupo indo para suas posições.

Os leões saíram em meio às pradarias. Após algum tempo andando, Vitani e Kopa chegaram a floresta onde a Cachoeira Hakuna Matata ficava.

— Por onde vamos começar capitã? - perguntou Kopa tentando distrair a companheira.

Vitani olhou em volta. Nenhum cheiro nem barulho de qualquer coisa que parecesse com uma zebra.

— Onde você se esconderia se fosse uma zebra? - perguntou a leoa.

Kopa deu de ombros sem a menor idéia.

Os dois caminharam por toda a floresta mas sem nenhum rastro de que uma zebra teria passado por alí. Sem muita esperança de que as encontrariam naquela floresta e um pouco contrariados, os dois decidiram dar uma pausa na busca para colocar as idéias em ordem. Eles se deitaram em uma clareira rodeada pelas árvores e ficaram observando as nuvens por algum tempo.

Vitani permanecia inquieta, ficou pensando no fato deles não poderem se dar o luxo de ficarem ali parados com tudo o que estava acontecendo.

— Temos que ir - disse Vitani se levantando.

— Vitani, você tem que descansar um pouco, já estamos procurando essas zebras desde manhã.

— Exatamente e ainda não as encontramos, então temos de continuar a procurar - respondeu determinada.

— Tá bom - respondeu o leão se levantando contrariado.

No momento em que Vitani se virou para frente, Kopa pulou na leoa a derrubando no chão.

— Kopa! - resmungou a leoa nervosa enquanto era atacada por uma onda cócegas - Para com isso!

— Tá, mas você vai ter que prometer que não vai levantar daí - respondeu o leão com as patas sobre o peito da leoa pressionada contra o chão - se bem que eu gosto da vista daqui de cima.

— Não temos tempo pra isso - retrucou Vitani.

— Tá bom então, mas lembre que você me obrigou a fazer isso, só não ruja para mim - falou o leão antes de deitar em cima de Vitani impedindo que ela se levantasse.

Nesse exato momento, uma figura ofegante, entra em cena.

— Vocês querem que eu volte mais tarde? - perguntou Imara vendo a cena.

Os dois levantaram imediatamente dando atenção a leoa.

— Imara? O que houve? - perguntou Vitani com seu topete bagunçado.

— Eu e Tazama procuravamos as zebras nas fronteiras quando Zazu apareceu e pediu que fossemos até o Olho D'água o mais rápido possível, disse que Simba queria falar com a gente.

Kopa e Vitani olharam um para o outro tentando entender o motivo daquela convocação. Mesmo sem entenderem, partiram em direção ao Olho D'água.

Quando chegaram, encontraram um grande alvoroço. Vários animais rodeavam algo na margem do Olho D'água, mas o quê? Era isso que Vitani queria saber. Ela se aproximou da multidão se esquivando dos animais até que se deparou com Kasi e Shabaha, porém as duas tinham um semblante abatido.

— Kasi, Shabaha, o quê aconteceu aqui?

Kasi conseguiu "cuspir" apenas uma palavra, ou melhor, nome.

— Mbeya - disse ela olhando para o local onde os animais estavam concentrados.

A medida que se aproximavam, Vitani e Kopa notavam as expressões enlutadas dos animais. Alguns choravam, já outros pareciam com raiva. Os dois repararam então que a água do Olho D'água estava vermelha e o cheiro dos animais misturado ao do sangue os causava repulsa. Quando finalmente chegaram ao centro do círculo formado pelos animais, encontraram Mbeya ensanguentado no chão, mas ainda consciente. Kifaru chorava ao lado de seu grande amigo, que agora estava a beira de completar o Ciclo da Vida. Simba também estava lá, ao lado de Kifaru, tentando o apoiar de alguma forma. Em pouco tempo a maior parte dos moradores do reino já estavam alí. De repente, o tom dos animais se elevou e foi possível notar claramente o choro e o lamentar deles, Mbeya havia morrido. Aos poucos o círculo foi se desmanchando até que sobrasse apenas a família real, os rinocerontes e a Guarda do Leão que observava de longe.

— Eu sinto muito Kifaru - falou Kopa se aproximando do rinoceronte que ainda chorava e não reagiu ao pesar do leão.

A paisagem começava a escurecer e a noite não estava tão longe. Simba ainda estava alí, agora só com Kovu. Como não sabiam ainda o que havia acontecido, Vitani e Kopa, acompanhados do resto da Guarda, foram até Simba com esperança de que ele soubesse.

— Pai, o que aconteceu? Quem fez isso?

Simba tinha uma expressão estranha, era difícil saber o que rei estava pensando.

— Parece que o assassino no qual vocês tinham de estar de olho voltou - respondeu encarando Vitani que desviou o olhar para baixo.

— Nos desculpe majestade - respondeu a leoa num tom de arrependimento - estávamos procurando pelas zebras desaparecidas.

— Não é comigo com quem você deve se desculpar Vitani - respondeu o monarca olhando para Kifaru a alguns metros dali.

Vitani virou as costas decepcionada por não ter cumprido com seu objetivo e se retirou dali acompanhada do resto do grupo, menos de Kopa.

— Vitani está dando o melhor de si pai - comentou o leão inconformado com a reação de Simba.

— Mas parece que não tem sido o bastante não é? - respondeu o rei ainda alterado por causa da tragédia.

Kopa apenas o encarou por alguns segundos tentando acreditar no que seu pai havia falado e seguiu seu caminho com a Guarda.

Vitani caminhava a frente do grupo, que parecia perdido, sem um norte a seguir, apenas andando pelas pradarias em meio a escuridão da noite africana. 

A leoa olhava para o céu estrelado, como se buscasse respostas sobre qual atitude tomar.

— Vitani? - falou Kopa esperando tirar alguma palavra de sua companheira.

— Se ao menos tivéssemos encontrado as zebras... - respondeu ela como se estivesse pensando alto.

— Nem sempre as coisas dão certo, nós não temos olhos em todos os lugares - disse Kopa tentando a consolar, mas sem êxito.

Olhando para trás Kopa viu que os outros integrantes da Guarda não estavam mais entusiasmados que a sua líder, o ânimo deles havia desaparecido subitamente.

"Não podemos deixar isso assim", Kopa foi advertido por sua consciência. O leão então se pôs a frente do grupo e parou em frente  deles fazendo-os parar de andar. A luz pobre da lua iluminava seus rostos enquanto a brisa da noite revelava o cheiro incomum dos animais noturnos.

— Pessoal, nós não podemos deixar isso assim, prometemos ao Hamu que iríamos encontrar seu rebanho...

Enquanto Kopa discursava na frente das leoas, Tazama se lembrou de algo. 

— Falando no Hamu, acho que ele deu uma pista que nós acabamos esquecendo - disse a leoa captando a atenção de todos - eu me lembrei que ele falou do rebanho da Muhimo indo em direção a Pedra do Rei, tanto que eu falei que eles podiam ter ido pedir ajuda.

— Bem, talvez esse dia não seja um fracasso total afinal - comentou Kasi.

— E o que estamos esperando? Vamos logo - disse Shabaha recuperando seu entusiasmo.

— Vitani? - falou Tazama como se pedisse autorização de sua líder que concordou.

Os leões voltaram a caminhar, agora com um novo rumo a seguir.

Com o tempo, a Guarda se acostumou à escuridão da noite, na qual eles estavam prestes a passar longas horas.

Mas eles não eram os únicos felinos que desfrutavam do luar. Simba também observava o céu estrelado, sentado do lado de fora da caverna da Pedra do Rei. O felino estava pensativo e uma leoa queria muito saber no que seu pai pensava.

Kiara esgueirou-se entre os braços de Kovu que a abraçava, tomando o cuidado de não acordá-lo. Então por usar o seu treinamento de caça e “sentir o coração nas patas”, ela conseguiu acabar com a aflição e sair da caverna.

— Pai? Está tudo bem? - perguntou no tom mais brando possível para não assustar o rei com sua presença.

— Kiara - disse o rei num suspiro - está sim, estou apenas procurando algumas respostas.

— Ah...

Após algum tempo olhando o céu em silêncio, o rei reiniciou o diálogo.

— E você? Porque não está dormindo?

— Só estou um pouco preocupada com Kovu - responde Kiara - como você acha que ele vai se sair amanhã?

— Sinceramente, eu não faço idéia, essas coisas só se aprendem na prática… - disse o rei com sinceridade - mas, você vai estar lá para salvá-lo. 

Ao ouvir isso, Kiara se lembrou das vezes que acompanhou seu pai enquanto ele mantinha o evento em ordem. Agora ela se preocupava em copiar o exemplo de seu pai, até que algo a trouxe de volta para a realidade.

— E além disso, se os nossos animais não começarem uma guerra antes da Guarda voltar das Terras Profundas, provavelmente, nós teremos o olho d'água de Dahabu para acalmar os ânimos.

— Você avisou a Guarda disso? Sobre eles irem até às Terras Profundas falar com Dahabu? - perguntou a leoa um pouco preocupada.

— Sim, os avisei ontem de manhã. As Terras Profundas ficam longe e eles vão ter que sair bem cedo. Mas por que você perguntou?

— Bem... não são eles lá embaixo? - apontou a leoa com seu focinho, fazendo Simba olhar para a base da Pedra do Rei - Não parece que eles estão vindo descansar para essa viagem.

— Isso não deve ser bom… - comentou o rei.

Guardando para si sua desconfiança recém adquirida do grupo, juntamente com a pergunta: "O que será que eles vão aprontar agora?" O rei ignorou a situação.

— Não deveríamos ir lá ver o que eles vão fazer pai? - sugeriu Kiara

— Bem, eles estão se dividindo então devem ter um plano em mente, e se eles não conseguirem cumpri-lo, de qualquer jeito, vai ser bom ter alguém vigiando a noite. É melhor descansar filha, amanhã teremos um longo dia.

Sem saber de todos os detalhes dos recentes ataques Kiara não entendia completamente o motivo do descaso do pai com a Guarda e continuou a observar a estranha movimentação do grupo, se perguntando sobre a sanidade mental de seu pai. Enquanto Simba se dirigia a caverna tranquilamente.

Argumentos e especulações saiam do meio do grupo. Vitani e Kopa estando um pouco afastados "discutiam" tranquilamente.

—  Há um tempo que eu não falo com a Tazama e você sabe o que aconteceu de manhã quando nós ficamos juntos... - diz Vitani sendo interrompida.

— Uh... o que aconteceu de manhã? - pergunta Shabaha encarando os dois leões freneticamente.

Eu não as disse que queria conversar com o Kopa a sós? Se perguntou a líder, sabendo agora que eles não estavam em total privacidade.

— Não importa - responde Vitani - o que importa é que eu ficarei com Tazama.

— Você não pode me deixar sozinho com a Shabaha. Quase todo mundo tinha medo da risada dela no Desfiladeiro, você não lembra? - quase que cochichou Kopa.

— Inclusive você? - provocou a leoa mas sem resposta - Bem como você vai estar no Grande Desfiladeiro daqui das Terras do Reino e eu também, nós vamos estar próximos, se precisar você sabe onde me encontrar.

— Mas isso é só por causa de manhã? Então você acha que eu te atrasei?

— Claro que não...

— Então agora nós vamos competir para ver quem encontra elas primeiro né? - perguntou Kasi.

— Bem, assim quando eu e a Shabaha encontrarmos as zebras você vai ver como eu sou capaz - disse Kopa para Vitani.

— Independente de como iremos fazer vamos fazer logo - falou Vitani encerrando o assunto - Kasi e Imara vão em direção ao Bosque Mizumu para checar as margens do rio, se precisarmos nos reunir já sabemos como nos encontrar - relembrou - Nós teremos tempo até a lua cheia chegar, caso nós não achemos nada, voltaremos a Pedra do Rei e descansar, já que teremos a Cúpula para vigiar amanhã.

Mais animados com o novo plano, os leões partiram para suas posições. Iluminados pela lua crescente, em cerca de seis horas eles deveriam se reunir novamente.

Kiara estava contrariada já que a vontade dela era descer e interrogá-los antes de se afastarem demais. "Mas se o meu pai, o rei das Terras do Reino, não se preocupou então por que eu deveria?" Raciocinou a leoa, tentando tirar a idéia da cabeça.

Mas ao contrário do que eles pensavam a Guarda não fazia idéia de que teria de ir às Terras Profundas ao amanhecer, com tudo o que estava acontecendo foi fácil acabar esquecendo o dever.

Imara e Kasi seguiam as margens do rio, logo do outro lado, haviam dezesseis árvores ainda se recuperando do incêndio do ano retrasado.

— As zebras só podem estar no Desfiladeiro e a Vitani sabe disso - afirmou Kasi.

— Acho que ela quer encontrar as zebras antes do Kopa - comentou Imara sem interesse no assunto.

Enquanto ela falava, a dupla chegou a um tronco caído dando passagem ao outro lado do rio.

— Se as zebras tiverem fugido para cá, elas correram até caírem no Desfiladeiro... dúvido que elas tenham atravessado esse tronco

— Com certeza... Mas deveríamos ir para o Desfiladeiro então? - perguntou Imara, vendo Kasi testar a rigidez da ponte precária.

— Não, eu tenho uma ideia melhor, vamos para o Bosque Mizimu - disse ela subindo no tronco.

— O que? Como assim?

— Eu te explico do outro lado! - gritou enquanto pulava os buracos da madeira.

Sem questioná-la Imara atravessou o rio.

— Então, o que há de interessante aqui? - perguntou Imara descendo do tronco.

— O Bosque - respondeu Kasi - Seja lá quem estiver causando todos esses problemas, com nós aqui, eles não terão como aproveitar essa noite para sabotar a Cúpula da Savana.

Chegando ao meio do bosque, elas olhavam para as marcas deixadas há tempos pelas chamas. Ouvindo alguns ruídos, elas se atentaram ao ambiente.

— E se eles já estiveram aqui? - perguntou Imara.

Se atentando a um barulho vindo de trás da pedra que servia de palco para os enventos, Kasi se pôs em posição de ataque e sinalizou para Imara. Saltando de uma vez, parando na frente do suspeito, encontraram apenas um mangusto.

— Bem parece que não - concluiu Kasi.

Após se desculparem com o animal, logo elas perceberam que um pequeno baobá havia sido arrancado.

— Essa não era a muda da Makini? - perguntou Imara.

— Quem poderia ter feito isso?

Olhando ao redor, elas repararam que outro baobá também havia sido cortado, o de Rafiki, e sua seiva estava escorrendo.

Após algumas horas a lua passava a iluminar mais, e os leões estavam ficando exaustos.

Por outro lado querendo "provar para Vitani que ela estava errada" e ao mesmo tempo dar a ela um motivo de animação, Kopa cada vez mais se esgueirava nas ranhuras do desfiladeiro farejando avidamente cada partícula de ar. 

— Seria bom ter a Tazama aqui, a visão noturna é meio que a especialidade dela - comentou Shabaha.

— Espera Shabaha, acho que encontrei algo.

— Onde? - perguntou a leoa olhando em volta.

— Vem lá de dentro - disse Kopa apontando com o focinho para as trevas contidas numa sombria caverna.

Num reflexo Shabaha deu um passo para trás mas logo em seguida deu uma pequena risada e avançou para a escuridão enquanto Kopa analisava a caverna a distância.

— Você vem ou não? - perguntou ela adentrando nas sombras.

— Claro, que vou - respondeu Kopa.

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Continua...

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Todos os créditos aos criadores das imagens.

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Mais suspense no ar kkkkk. O que acharam? Comentem se tiverem gostado.

E bem, eu peço desculpas por termos demorado tanto para postar esse capítulo.

Fatores como a falta de criatividade, preguiça, problemas com a escola, preguiça de novo... fizeram com que esse atraso se estendesse tanto.

Mas a meta é voltar a postar com frequência.

É isso, espero que tenham gostado, comentem e até o próximo capítulo.

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Feat. Nafasi Lion