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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

O Rei Leão - Peças Perdidas - Capítulo 4

“Introduza um pouco de anarquia. Perturbe a ordem vigente e então tudo se torna um caos”

...
Mais uma vez o Sol se apresentava pontualmente em meio aquele imenso horizonte, outro dia começava nas Terras do Reino.
Fazia uma semana que Kion e Rani haviam partido de volta para a Árvore da Vida. Os últimos dias haviam passado como um relâmpago, os preparativos para a Cúpula da Savana, que aconteceria amanhã, estavam a todo vapor e as Terras do Reino estavam mais agitadas do que nunca. A Guarda do Leão continuava lidando com o empecilho dos chacais, nada fora do comum, mas logo as coisas mudariam.
O Sol mal havia começado a raiar e Simba falava com Zazu, enquanto o pássaro se preparava para fazer a sua inspeção matinal até que alguém acaba por interromper a conversa.

— Com licença - disse um leopardo receoso - majestade.

— Wanzo, mas que surpresa - disse o rei animado com a presença do leopardo que era difícil de ser visto andando pelo reino - como estão as coisas no Bosque Ukuni? Estão conseguindo se adaptar ao novo lar?

— Estamos sim majestade... mas tem algo que preciso te mostrar - disse o leopardo misterioso.

Uma interrogação surgiu na face do rei que não entendeu muito bem a razão daquilo, mas, que seguiu o leopardo acompanhado de seu majordomo.
Estava cedo, porém haviam poucos animais próximos a Planíce Chakula, o local para onde estavam indo, o quê era estranho.
Simba, Zazu e Wanzo continuam atravessando às pradarias até que chegam ao local de destino.
A cena era repugnante, um pequeno grupo de zebras, mutiladas, o assassino nem sequer tocara nos animais, havia os matado por mero prazer ou... vingança talvez, essa era a dúvida de Simba, por qual motivo alguém faria aquilo?

— Não conheço nenhum animal nas Terras do Reino que teria motivos para cometer este atentado contra o ciclo da vida - comentou o leão enojado com a cena.

— Mas e as outras Zebras? Tem ideia de onde possam estar? - perguntou Wanzo.

— Zazu - falou Simba como sinalizando para o calau.

O pássaro levantou vôo em busca do resto dos animais. De repente um grupo conhecido foi avistado por Zazu.

— Guarda do Leão - entoou o pássaro enquanto pousava próximo a eles.

— Zazu - respondeu Vitani - está tudo bem?

— Receio que não - comentou o majordomo.

— Como assim Zazu? - perguntou Kopa com uma expressão interrogativa.

— Simba pode lhes explicar melhor, me sigam - disse o calau se colocando a voar.

Enquanto o grupo andava, Tazama se aproximou de Vitani.

— O quê pode ter acontecido? - perguntou a leoa esperando uma resposta de sua líder.

— Não faço ideia - respondeu Vitani - está tudo tão calmo hoje, nem parecem as Terras do Reino dos últimos dias.

Tazama não respondeu nada, apenas se afundou em meio aos seus pensamentos.
Em pouco tempo os leões chegaram a Simba. Antes mesmo de se aproximarem eles notaram a presença dos cadáveres das zebras destroçados.

— O quê aconteceu aqui? - perguntou Kasi sem tirar os olhos dos animais mortos.

— Ainda não sabemos Kasi - respondeu o rei - algum sinal das outras zebras Zazu?

— Não senhor.

O rei parecia pensar enquanto olhava para o horizonte. Após alguns instantes ele se voltou novamente para a Guarda.

— Vitani, Guarda do Leão - disse ele atraindo a atenção do grupo - temos de encontrar as zebras, talvez elas saibam quem fez isso.

— Sim majestade! - concordou a líder - vamos leões, até onde o reino se estende!

— A Guarda do Leão defende! - respondeu o grupo no mesmo tom.

Os leões saíram em meio a paisagem, sem rumo para seguir. O clima árido, resultante da estação seca deveria levar os animais em busca de água, porém eram poucos os seres que vagavam por ali.

— Crocodilos não podem ter feito isso... não existem tantos guepardos nas Terras do Reino... não é Vitani? - perguntou Tazama não aceitando desconhecer o assassino.

Vitani falava com Kopa e mal havia ouvido a pergunta.

— Não entendi Tazama - disse a líder, mas Tazama já estava longe novamente, divagando em seus pensamentos.

— Mas Makucha com certeza não está nas Terras do Reino e os Chacais nunca seriam rápidos o suficiente...

— Tazama? - perguntou Vitani trazendo a leoa de volta a realidade.

— Eu não faço idéia de que tipo de animal fez isso - disse Tazama decepcionada.

— E se tiver sido o Wanzo - disse Shabaha num grito - pensem bem e se ele só avisou Simba para se passar de bonzinho.

—  Não faz sentindo Shabaha - respondeu Imara - por que motivo Wanzo faria isso?

— E por que ele não faria? - respondeu a leoa.

— Porque ele tem uma família e ele não quer ser expulso das Terras do Reino? - respondeu Tazama em um tom óbvio.

Enquanto as leoas conversavam, um pouco mais a frente, estavam Vitani e Kopa.

— Você acha que pode ter sido Arkan? - perguntou Vitani.

— Acho que não - respondeu seu companheiro - ele não arriscaria devastar ainda mais o que restou de seu exército.

— Logo agora que iríamos atrás de Zamani - suspirou a leoa.

— Zamani sabe se virar, você mesma me disse isso - respondeu Kopa escondendo sua preocupação - e além disso, quanto mais rápido resolvermos esse problema, mais rápido poderemos ir atrás dele.

O grupo continuou vasculhando o reino em busca das zebras perdidas. Eram poucos os animais que pastavam por ali. 
De repente, foi possível sentir um cheiro familiar no ar, era o das zebras. Os leões se colocaram a farejar freneticamente e seguindo o rastro eles chegaram a uma acácia, onde algumas zebras imóveis, quase em estado de choque, se abrigavam na sombra.

— Hiyo kali! Onde estão as outras? - se perguntou Tazama.

— Não é possível que só tenham sobrado essas - disse Shabaha frustrada.

— Não vamos nos precipitar Shabaha, com certeza devem ter mais pelo Reino - disse Vitani tentando acalmar seus amigos.

As zebras não esboçavam reação.

— Elas estão estranhas - comentou Tazama - parecem... assustadas.

— É claro que estão assustadas, são zebras - respondeu Kasi.

— Mas é diferente... - falou Tazama se aproximando dos animais listrados.

De repente, ao perceber a Guarda um jovem se levantou e foi até o grupo. Vitani nem teve tempo para reagir antes da zebra lhe dar um abraço.

— Guarda do Leão! Vitani! - gritava ele sem conseguir conter o seu alívio.

— Hamu, o que... - tentou dizer Vitani.

— Minha mãe! Muhimo! Vocês acharam ela? - perguntou Hamu empolgado interrompendo Vitani.

Vitani então trocou olhares com Kopa sem saber o que responder.

— Ainda não Hamu, mas eu prometo que vamos achá-la - disse Kopa tentando ser reconfortante. 

— Thurston está por aqui Hamu? precisamos falar com ele - disse Tazama.

— Hm... acho que sim, me sigam - disse Hamu um pouco desanimado.

O grupo foi com Hamu até a parte de trás da árvore, onde já batia Sol. Lá encontraram uma zebra ferida estirada no chão mexendo a boca como se estivesse murmurando.

— Thurston? Você está bem? - perguntou Vitani.

Vendo que a zebra não espressava reação, Tazama se aproximou.

— Thurston? - perguntou a leoa tentando trazer o líder do rebanho das zebras de volta a realidade.

Enquanto o grupo tentava provocar alguma reação em Thurston, Imara e Shabaha cochichavam afastadas dos outros, até que Shabaha pareceu ter uma idéia.

— Com licença, me deixem passar - disse ela em um tom empoderado se aproximando como se soubesse exatamente o que devia fazer.

Então a leoa abaixou a boca até o ouvido da zebra.

— Thurston... CORRIDA EM PÂNICO! - berrou Shabaha.

Hamu que estava próximo, só ficou alerta com o que Shabaha gritou após levar um pequeno susto, por outro lado, Thurston instantaneamente se colocou de pé quase dando uma cabeçada no queixo de Tazama e se pôs a correr como se sua vida estivesse em perigo.

— Não acredito que deu certo - comentou Imara surpresa.

A zebra continuava a correr em linha reta se afastando cada vez mais.

— Gente, eu acho que ele não vai parar - comentou Hamu.

— Kasi - disse Vitani sinalizando para a leoa.

Ouvindo isso a leoa se colocou a correr. Depois de alguns segundos em disparada a leoa quase consegia alcançar a zebra que estava mais lenta por estar ferida.

— Thurston! Você tem que parar! - gritou Kasi.

— Eu nunca vou parar seu leão horrível! - gritou a zebra acelerando.

"Espera... ele disse leão?" Se perguntou Kasi. Após mais alguns segundos, Kasi percebeu que ele não iria parar.

— Thurston, você está me obrigando a fazer isso - disse a leoa.

Após esperar mais um pouco ela decidiu parar a zebra a força.

— Haraka haraka! - disse Kasi.

Kasi saltou sobre a zebra, como um leão que caça um antílope. Com as garras retraídas, a leoa o segura e ele não consegue se soltar dela. Por isso ele vai ao chão e Kasi o imobiliza.

— Fica longe de mim! Você nem vai me deixar tentar correr mais? - perguntou Thurston implorando por piedade.

— Sou eu! Kasi da Guarda do Leão! - gritou a leoa.

— Guarda do Leão? - repetiu ele tentando compreender as próprias palavras.

Então a zebra retoma sua consciência e suspira aliviada. Após correr tanto a zebra voltava ofegando ao contrário de Kasi. 
Logo o grupo que ia de encontro aos dois animais, os alcançou.

— Nós fomos atacados! De noite Vitani, onde já se viu algo assim? - disse a zebra assuntando Vitani com seu tom.

— Isso é horrível Thurston, mas quem atacou vocês afinal? - perguntou Vitani.

— E-eu não sei... só sei que ele tinha garras afiadas e-e era maior que o próprio Simba! - disse a zebra guagejando.

Thurston só conseguia se lembrar de uma figura sombria e cruel, camuflada na escuridão.

Nesse momento eles já haviam voltado a aquela acácia.

— Aquelas garras... aquelas terríveis garras afiadas! - gritou uma zebra com a voz trêmula.

— Garras e o tamanho do Simba? Isso só pode ter sido um leão Vitani - falou Tazama surpresa.

— Também pensei nisso - respondeu vitani olhando para Kopa.

E eles continuaram ali até esclarecer mais algumas coisas.

— Mas e as outras zebras Thurston? Para onde elas foram? - perguntou Shabaha.

Thurston que estava deitado na grama olhava para o céu tentando se lembrar. Até que Hamu que estava próximo percebeu que a zebra não lembraria.

— Depois que fugimos dos Campos Mbali, ele não parou de caçar a gente... até que encontramos o rebanho do Thurston dormindo lá nas Planíces Chakula - falou Hamu triste, se relembrando do caos.

— Então o seu rebanho e o do Thurston estavam sendo atacados? - perguntou Vitani.

— Sim, mas a gente se separou... - a zebra parou por um tempo - acho que minha mãe e o rebanho foram na direção da pedra do Rei - completou.

— Talvez eles quisessem ir buscar ajuda - comentou Imara.

— Asante Hamu e Thurston, vocês nos ajudaram muito - agradeceu Vitani.

— Em breve vamos voltar com Muhimo - disse Kopa.

Então a Guarda do Leão se despediu das zebras e foi em direção a Planíce Chakula onde haviam encontrado Wanzo e Simba. 
Mas quando o grupo chegou, eles já não estavam mais lá. Após alguns minutos um calau cruzou o céu e pousou em frente os leões.

— Estava procurando por vocês - disse Zazu - Simba e Wanzo estão nas Planíces Alagadas. Vocês descobriram alguma coisa?

— Bastante na verdade - disse Shabaha.

— Nesse caso vamos guardar as palavras para falar com Simba - disse Zazu formalmente.

Assim eles partiram para as Planíces Alagadas, com o Sol já elevado no horizonte projetando suas sombras a Oeste.
As Planícies Alagadas, não estavam realmente "alagadas"como de costume, a estação seca havia dado um novo visual ao ambiente.

— Majestade - falou Vitani se aproximando de seu sogro.

— Vitani, conseguiram descobrir alguma coisa? - perguntou o rei que conversava com um hipopótamo.

— Não sei se posso dizer felizmente, mas sim - respondeu a leoa - achamos algumas pistas.

O grupo ralatou tudo o que havia escutado de Thurston e Hamu, detalhe por detalhe esperando que Simba pudesse lhes dar alguma informação sobre quem havia causado tal alvoroço. Após ouvir a Guarda, o rei pensou por alguns instantes, mas nada do que os animais haviam descrito tinha semelhança com algum inimigo das Terras do Reino.

— Então parece que temos um novo problema - comentou Tazama.

— Vamos com calma Tazama - respondeu o rei - talvez ele apenas não saiba como as coisas funcionam por aqui, mas até que tenhamos alguma certeza, devemos ficar alertas - concluiu o monarca.

E assim ficou decidido. O rei então voltou a suas tarefas cotidianas, juntamente com a Guarda do Leão que continuou em busca das outras zebras.
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Continua...
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Todos os créditos aos criadores das imagens.
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 E aí gente! Como vocês estão? Espero que bem?
Esse capítulo ficou um pouco curto neh 😅 mesmo assim espero que gostem, é importante para a história.
Pobres zebras, quem será que fez isso? 😂 Com certeza vocês sabem, mas o que eu garanto que vocês não sabem é o que vem por ai 👀
Fora isso quero pedir para vocês não se apegarem as datas de postagem que nós temos colocado, as coisa andam meio corridas 😒
É isso, comentem se tiverem gostado ou caso tenham alguma sugestão, o comentário de vocês é muito importante para nós. Espero vocês dia 20/08 (esse capítulo promete 👀), até mais!
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Feat. Nafasi Lion

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

O Rei Leão - Peças Perdidas - Capítulo 3

Olá pessoal, antes de tudo eu peço desculpas, o objetivo era lançar esse capítulo ontem (02/08), porém acabou que a internet parou aqui ontem, então desculpem 😅, mas sem mas (ficou estranha essa frase 😂), vamos a história, boa leitura!
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...
A tensão do ambiente aumentava ferozmente. O guepardo havia emergido em meio às trepadeiras e dado de encontro com o leão que já rosnava antes mesmo dele entrar na caverna. O felino com manchas pretas estava confuso com a situação, já Uzushi ria como um louco daquilo. Não houve tempo para pensar ou dizer qualquer coisa, o guepardo logo teve de desviar de um ataque do leão que acabou caindo no chão demonstrando como estava fraco.

— O que você quer aqui?! - vociferou o leão no mais alto tom de autoridade que conseguiu ainda caído.

— Talvez esse babuíno louco não tenha te contado mas eu estou do seu lado! - respondeu a figura desprezando os rosnados do leão.

Ouvindo isso, Fahari se voltou para Uzushi que ainda ria. 

— Me desculpe - disse Uzushi se recompondo - eu deveria ter te contado sobre ele - disse soltando uma gargalhada - esse é Niko e digamos que ele tem interesses em comum com os nossos.

— Como assim com os nossos? - respondeu Fahari num tom nervoso enquanto se levantava em direção ao mandril agressivamente - eu estou cansado dessa brincadeira, você ainda nem me contou o quê você quer, eu só estou aqui porque não tive escolha!

— Calma Fahari - disse o mandril empunhando seu cajado e o apontando para o leão - você está ainda está fraco, tenha paciência, tudo valerá a pena. E você perguntou o que eu quero? Eu quero vingança - respondeu o primata com um olhar sombrio.

Os primeiros raios solares davam início a um novo dia nas Terras do Reino. O orvalho da manhã já não era o mesmo, a estação seca começava a imperar e as pradarias tomavam um tom alaranjado. Nenhum dos leões havia levantado. Kion já estava acordado, porém ele continuava deitado ao lado de Rani, encarando o rosto da leoa que ainda dormia, como se á admirasse. Após algum tempo a leoa desperta.

— Bom dia - sussurra Kion tentando não acordar os outro leões enquanto encara os olhos castanhos de sua companheira que ainda se abriam.

— Bom dia - responde a leoa ainda sonolenta esboçando um sorriso e se aconchegando no peito de seu companheiro.

— Você fica linda enquanto dorme sabia? - sussurrou o ruivo na orelha de sua companheira a deixando vermelha. 

Os dois continuaram por alguns minutos ali, até que um leão se levantou, Kopa. Em seguida Vitani, Simba e todo o resto da alcatéia. Todos já estavam de pé, começando suas atividades.
Como de costume, o rei foi até a ponta da pedra para que Zazu lhe informasse sobre o relatório matinal.

— Alguma notícia de Timão e Pumba Zazu? - indagou o rei.

— Infelizmente não senhor.

— Os animais têm ficado longe do lago que reservamos aos crocodilos? - perguntou o rei um pouco preocupado.

— Sim majestade, as Terras do Reino têm estado bem tranquilas ultimamente exceto por um grupo indesejado de chacais.

— Traquilas demais - disse Simba meio desconfiado.

— Mas além dos chacais creio que temos alguns novos visitantes, eu avistei alguns leopardos próximos a fronteira, senhor - disse Zazu num tom formal - como isso é algo inusitado eu logo vim para cá e não pude sobrevoar o Olho D'água - Completou o majordomo.

Tazama passava próxima a eles.

—  Bem Zazu, acho melhor ter certeza de que as coisas estão tranquilas no Olho d'água, os leopardos podem esperar um pouco - falou o rei.

— Com licença, Simba, a Guarda pode verificar o Olho D'água mais cedo se for nescessário - disse Tazama tentando ser respeitosa ao interromper o relatório de Zazu.


Simba pensou um pouco antes de responder.

— Então, podemos fazer assim, confirme se os rinocerontes e os outros estão bem Tazama. 

Então Tazama se retira e vai falar com Vitani.

— Temos alguma idéia de quem são esses leopardos Zazu? - perguntou Simba.

— Eles não eram brancos como os de Makucha... Provavelmente é Wanzo e a família dele - disse o calau - ah, e antes que eu me esqueça, vi um rebanho de avestruzes correndo pelas Terras.

— Isso é uma novidade. - comentou o rei um pouco animado - Se eles se parecem com Wanzo, então partiremos em breve.

Kiara falava com Kion até que Simba a avisou que logo ele, Nala e Kovu iriam estar indo receber os novos leopardos, só que ela teria de ficar para lider a caça, como o de custume
Em pouco tempo, todos já estavam longe da Pedra do Rei. Os dois casais que restaram ali ficaram conversando.

— Vamos Vitani? - disse Kopa como se lembrasse a leoa de um compromisso - A conversa está boa mas temos que ver o Olho D'água, as outras já devem estar nos esperando no covil.

Assim Kopa e Vitani saíram dali deixando apenas Kion e Rani na Pedra do Rei.

— E aí? O que você quer fazer? - perguntou Kion encarando sua leoa.

— Eu...eu não sei, acho que é a primeira vez que não temos que estar em algum lugar ou cumprir com algum compromisso - disse Rani como se estivesse aliviada - e além disso é você quem conhece o reino.

— Bem...uma certa leoa me falou de um lugar que eu acho que você vai gostar - respondeu Kion.

— Uh, e como é esse lugar? - perguntou a leoa intrigada.

— Vai ser uma surpresa - respondeu o ruivo num tom de suspense.

Assim os dois saíram caminhando em meio às pradarias.
Enquanto caminhavam conversando, uma voz manhosa interrompe o diálogo.

— Kion! - gritou uma leoa numa mistura de felicidade e desespero.

— Tiifu? - perguntou o leão pra si mesmo tentando entender a situação.

— Tiifu? - perguntou Rani, só que para seu companheiro tentando entender quem era a leoa que se aproximava.

Ao leoa corria e se aproximava mas não parecia tentar parar, assim logo ela trombou com o ruivo caindo junto com ele no chão. 

Ainda no chão, instantaneamente, Kion se afastou para longe da leoa. 

— Kion - suspirou Tiifu aliviada.

— Está tudo bem? - perguntou o leão ainda se recompondo.

— Está sim... - respondeu a leoa suspirando e encarando fixamente os olhos do ruivo como se os admirasse - quer dizer, não! Não está! É a Zuri, ela caiu em um buraco e precisa de sua ajuda - disse Tiifu como se lembrando de algo.

— E porquê você não procurou a Guarda do Leão? - perguntou Rani.

— Eu...eu não achei eles.

— Tudo bem Rani. Vamos ver o que aconteceu - disse o leão como se pedisse a permissão de sua companheira.

— Tá - disse a leoa um pouco desanimada - mas eu não esqueci daquela surpresa.

Os leões partiram andando, guiados por Tiifu que tentava puxar assunto com o ruivo.

— Então Kion... - falava Tiifu com uma voz arrastada - como estão as coisas na Árvore da Vida? Você não pretende voltar?

Antes que Kion pudesse falar algo, Rani a responde.

— Estão ótimas e nós não pretendemos voltar, não é amor? - falou Rani se aproximando de Kion e dando ênfase no "amor".

— Sim, às coisas estão ótimas - respondeu Kion num tom amigável.

— Ah - exclamou Tiifu num tom desiludido - que bom.

Os leões continuaram andando até o encontrarem Zuri, que realmente, estava em um buraco.

— Kion! - exclamou Zuri aliviada de ver o leão - Ainda bem que você chegou, eu não aguentava mais ficar aqui.

— Você tá brincando né? - perguntou Rani vendo a altura do buraco em que a leoa estava.

— Não entendi - respondeu Zuri ao ouvir a pergunta da leoa.

— Você consegue sair daí! - respondeu Rani não acreditando na cena - Qualquer um consegue sair desse buraco sozinho.

Zuri então fingiu se esforçar para sair do buraco.

— Não, não consigo não.

— Ah - esbravejou Rani - Kion, me diz que você não tá acreditando nisso.

Kion olhou para Rani não sabendo o que dizer.

— É...acho que é melhor eu “tirar” ela dali logo - respondeu o ruivo.

Ele pulou no buraco que dava pouco acima de sua "juba".

— Oi - exclamou Zuri sorrindo para o leão.

Kion não esboçou reação.

— Como você espera que eu te tire daqui - perguntou ele.

— Você quem é meu salvador - falou a leoa se encostando em Kion - mas se você quiser eu posso subir nas suas costas.

— Tudo bem - respondeu o leão desconfortável com a situação.

Zuri subiu nas costas de Kion e o leão escalou a "parede" do buraco.

— Pronto. Podemos ir embora agora? - perguntou Rani.

— Ah, mas já? - perguntou Zuri tentando fazer com que Kion ficasse.

Kion olhou para Rani que não tinha uma expressão muito amigável.

— Já. Eu tenho que levar Rani a um lugar.

Assim os dois saíram dali. Logo que o casal se retirou dali as duas leoas deram um grito como se comemorassem.

— Você viu como ele me tirou de lá e aqueles braços... - falou Zuri concluindo a frase com um grito.

— É que você não viu como ele me abraçou quando me viu chegando - respondeu Tiifu suspirando.

Há algumas planícies de distância dali, estava a Guarda do Leão. Há pouco tempo o grupo havia sido ultrapassado por um rebanho de avestruzes indo na mesma direção que eles.

— Eu não gosto disso - comentou Vitani - o Olho D'água já estava bem lotado sem todos aqueles avestruzes.

— Espero que eles não arranjem problemas - disse Imara tossindo ao respirar a nuvem de poeira deixada pelo estouro.

Chegando no Olho D'água, que estava rodeado por grandes aves negras, os leões começavam a perceber uma certa tensão no ar, altas vozes discutiam num tom arrogante. Alguns outros animais já haviam se afastado do corpo de água e agora observavam a confusão de longe.

— É por isso que eu digo que tenho que falar menos - disse Imara, a mais reservada do grupo, ao se lembrar do que ela havia falado antes, fazendo os outros rirem.

Vendo que não conseguiria ver por cima dos avestruzes, a Guarda decide atravessar o grupo de aves.

— Qual é o seu nome mesmo? - perguntou um avestruz para um rinoceronte.

— Pela quarta vez, meu nome é Ajali - disse o animal começando a perder a paciência.

— Então Ajali - disse a ave fingindo se esforçar para dizer o nome - eu não sei se você percebeu, mas nós somos avestruzes, muitos deles na verdade, estamos a dias sem ver qualquer gota de água, queremos apenas esse e aqueles outros dois lagos - disse o avestruz tentando parecer digno de piedade.

— Pela Savana, vocês querem todo o Olho D'água? - perguntou o rinoceronte indignado.

— Ah, então é assim que vocês chamam isso aqui? - perguntou o avestruz.

— Por favor... - disse Ajali nervoso - ESTAMOS NA ESTAÇÃO SECA! - berrou o rinoceronte

Nesse mesmo momento, surgiram cinco leoas e um leão, do meio das aves.

— O que está acontecendo aqui? - perguntou Vitani chamando toda a atenção para si.

— Bem por onde eu começo? - perguntou o mesmo avestruz, fazendo Ajali revirar os olhos - temos esses animais egoístas que não querem compartilhar esse Olho D'água conosco.

Alguns rinocerontes bufavam de raiva como se fossem explodir.

— Como assim? - Perguntou Tazama sem entender.

— Somos avestruzes, e de vez em nunca, precisamos de um dia na água.

— Mas vocês não podem tirar todos os animais do Olho D'água - disse Ajali.

— Nós só queremos um dia. Vocês não podem ficar sem água só durante esse tempo? Vocês são grandes. Se encham de água e dêem fora! - disse outro avestruz que parecia estar nervoso.

Após garantir que não havia se enganado com as palavras que ouviu, Ajali não conseguiu conter sua raiva e avançou contra o peito do avestruz com uma chifrada. Mas antes que sua arma mortal pudesse penetrar profundamente na pele da ave, Kifaru prontamente segurou ele, o impedindo. 
A ave, agora em choque, não conseguia acreditar que havia sido ferida pelo rinceronte.
Para impedir que a situação ficasse pior Vitani e Kopa se colocaram em frente dos avestruz e a Guarda entre os dois grupos separando-os.

— É melhor avisarmos Simba, tenho certeza que ele vai resolver isso - disse Tazama decepcionada com os animais.

— Não será necessário, Simba tem coisas mais importantes para fazer - falou uma figura se destacando do meio das aves.

— Mbeya? - perguntou Ajali surpreso.

— Vamos rinocerontes, isso já foi longe demais - ordenou o líder do rebanho.

Após os seus animais saírem da água, Mbeya foi falar com a Guarda do Leão.

— Obrigado, sem a ajuda de vocês eu não sei o que poderia ter acontecido - agradeceu Mbeya.

— Na verdade Mbeya, Kifaru foi quem impediu a tragédia - comentou Vitani.

Após se despedir, Mbeya se retirou do Olho D'água e se juntou ao seu bando. Já a Guarda do Leão, foi tirar o atraso da patrulha.

— Então onde você sugere que nós podemos ir agora? - perguntou Ajali sarcasticamente.

— Há um pântano a norte, podemos ficar lá até amanhã - disse o líder para seus rinocerontes - Ajali eu preciso falar com você.

Começando a andar a norte da Pedra do Rei, Mbeya e Ajali se afastaram um pouco do rebanho.

— O que aconteceu lá? - perguntou o rinoceronte seriamente.

— Eu acredito que ensinei para um avestruz como ter respeito - disse Ajali com orgulho.

— Não é assim que fazemos as coisas Ajali, esses avestruzes vêm de tempos em tempos para as Terras do Reino, é costume ceder o Olho D'água para eles. Por que você acha que os outros animais saíram de lá tão rápido? - perguntou Mbeya retóricamente.

— Mas e o que Simba disse? A palavra de um Rei não é maior que um simples costume?

— Não basta ser o rinoceronte mais forte para ser o líder Ajali. Você tem que aprender isso. Aprender a ser flexível com os outros - disse o líder, ignorando a pergunta de ajali.

Mas Ajali acabou não concordando com Mbeya.
Enquanto isso Kion e Rani continuavam em direção ao lugar misterioso, porém, o clima não era o mesmo.

— Rani? Está tudo bem? - perguntou Kion para a leoa de cara fechada que não respondeu nada.

— Rani? - disse ele novamente procurando por uma resposta da companheira.

— Vai me dizer que você achou que aquela leoa estava realmente presa? - perguntou Rani revelando no que estava pensando.

— Não - disse o ruivo convicto.

— Mas você a ajudou não é? - retrucou a leoa.

— Então é por isso que você está emburrada? - respondeu o leão com outra pergunta.

— Não! Mas...elas só fizeram isso pra chamar sua atenção, você não viu como elas estavam olhando? - respondeu Rani esboçando nojo.

— Rani - exclamou Kion num tom carinhoso - você sabe que eu só tem olhos pra você.

A leoa virou o rosto.

— Você fica ainda mais fofa nervosa sabia? - falou o leão rindo - Agora me diz algo que Tiifu ou Zuri tenham e que você não tenha dez vezes mais.

A leoa pareceu entender.

— Eu já te disse que te amo? - perguntou Kion a companheira se aproximando dela.

— Algumas vezes.

— E você? Me ama? - perguntou o leão.

— É claro que sim - respondeu ela encostando a sua testa - mas parece que as leoas daqui também se derretem por você não é - disse ela encarando Kion num tom cômico.

— Eu nunca percebi isso - respondeu ele rindo - agora vamos, pelo que Kiara me disse, acho que você vai gostar desse lugar - concluiu o ruivo.

Os leões andaram por algum tempo, até que começaram a ouvir o barulho de uma queda d'água.

— Acho que estamos perto - falou Kion procurando por algo parecido com o que sua irmã lhe havia descrevido.

— É uma cachoeira então - disse Rani curiosa.

Os leões seguiram o som e adentraram em meio às árvores que estavam em seu caminho. Após sairem do meio da folhagem, um brilho tomou conta do ambiente, ofuscando suas vistas.

— Kion! Esse lugar é lindo - disse Rani encantada com a beleza da queda d'água.

— É mesmo - concordou Kion se perguntando como nunca havia visto aquela cachoeira.

Os dois andaram um pouco enquanto admiravam a paisagem. Finalmente, eles encontraram um clareira e se deitaram ali admirando a cachoeira.

— Eu ficaria aqui pra sempre - disse Rani suspirando deitada com a cabeça no peito do ruivo.

— Não é uma má idéia - respondeu Kion num tom cômico.

De repente, Rani parece se dar conta de algo, uma coisa parece tirar aquela ideia de sua cabeça.

— Como será que as coisas estão na Árvore da Vida?Já estamos fora a quase uma semana - falou a leoa preocupada se levantando da posição em que estava.

— Está tudo bem, Nirmala e Fuli devem estar dando conta Rani - respondeu o leão despreocupado, ainda deitado.

— Kion - disse Rani como se chamasse a atenção do companheiro - nós somos os reis da Árvore da Vida, não podemos ficar tanto tempo fora.

— Eu sei, mas você também sabe que todo mundo precisa de férias - disse ele tentando trazer a leoa para a posição em que estava antes.

— Mas você não acha que nossas férias já duraram demais? E se algo acontecesse com nós fora? Que tipo de reis nós seríamos?

Do outro lado do reino, Simba junto de Nala e Kovu, davam as boas-vindas a Wanzo e sua família.

— Muito obrigado Simba, eu e minha família seremos enternamente gratos por sua hospitalidade - agradecia o leopardo.

— Não foi nada Wanzo - dizia o rei - as Terras do Reino são de todos, todos que respeitam o ciclo da vida são bem-vindos.

— Mesmo assim aceite nossos agradecimentos - respondeu o leopardo.

— Já que insiste - concluiu o leão rindo - agora se me dá licença, nós temos de voltar a Pedra do Rei.

Os leões se colocaram a andar. A noite começava a dar às caras, os tons alaranjados da tarde começavam se converter em uma imensidão azul e pontos verdes emitidos por vagalumes começavam a iluminar a escuridão.
Quando chegaram na Pedra do Rei, Kion e Rani já haviam voltado, juntamente com Kiara e as outras leoas que haviam caçado o jantar. A refeição, mais uma vez, foi animada.

— Você acha que ficará tempo o suficiente para participar da Cúpula da Savana, Kion? Seria bom ter outro rei para nos ajudar a resolver os problemas daqui - falou Simba ao seu filho.

— Infelizmente não pai, eu Rani já ficamos longe tempo demais - respondeu Kion convicto - amanhã iremos partir.

— Entendo - respondeu o rei um pouco desanimado.

Porém, logo o clima de desânimo passou e os leões voltaram a rir. Após comerem, eles se deitaram e em pouco tempo, quase todos já haviam adormecido, exceto um, Kopa. O fato de não fazer ideia de onde Zamani estava o enlouquecia. Vitani então despertou com o leão inquieto ao seu lado.

— Está tudo bem? - perguntou ela sussurrando para que os outros não acordassem.

— Está, só... não consigo dormir.

— Ele está bem - disse a leoa como se lesse os pensamentos do companheiro e o abraçando.

— Espero que sim - sussurrou Kopa para si mesmo.

Outro dia terminava nas Terras do Reino.
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Continua...
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Todos os créditos aos criadores das imagens.
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E então? Ficou bom?😂
Esse capítulo foi mais focado no Kion e na Rani (achei que a gente tinha falado pouco deles nos outros).
Me digam uma coisa, vocês acham que a personalidade dos personagens tá fiel ao que a Disney retrata?
Bem, eu achei bem engraçado esse capítulo 😂, Tiifu e Zuri, mds 😂
Espero que tenham gostado, o próximo capítulo saí no dia 11/08, até mais ❤️
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Feat. Nafasi Lion

O Rei Leão - Peças Perdidas - Capítulo 8

... Era uma vez, não há muito tempo, numa floresta não muito longe das Terras do Reino, um pequeno mandril. Seu nome era Uzushi. Esse pequen...