O Rei Leão - O Retorno de Kopa - Capítulo 7

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Amanhecia, a luz do Sol raiava cortando o desfiladeiro, o nascer do Sol iluminava as nuvens carregadas que flutuavam desde a Fronteira Tropical. Haat já havia se levantado, Kasi estava matando a saudade da corrida correndo maratonas ao redor da Pedra de Haat.

Alguns dos leões do desfiladeiro observavam adimirados a corrida que parecia não ter fim. Haat tentava no máximo possível se mostrar indeferente a aquilo.

— Não pensei que ela fosse tão rápida assim - disse Zamani a Sahasa impressionado.

— Ela se recuperou bem - disse Sahasa satisfeita com o resultado do tratamento.

Kopa havia acabado de se levantar e caminhava rumo a caverna de Vitani, ou melhor da Guarda, para lhes dar bom dia.

Enquanto caminhava, Kopa ouve uma voz.

— Bom dia filhote, dormiu bem?

Kopa se vira á direção da voz e vê Haat e Arkan. Ele hesita, mas finalmente responde.

—  Bom dia senhor. Sim...dormi bem sim.

— Mas parece que não muito não é mesmo? - responde Haat - Arkan viu você e a líder da Guarda do Leão voltando de madrugada. Você não acha que já ganhamos confiança suficiente dela Kopa?

— Confiança suficiente senhor? - pergunta Kopa.

— Sim Leão! - fala Haat mudando de tom e andando para frente de sua caverna, onde Kasi já não estava mais e todos poderiam vê-los - Confiança suficiente! Ou será que você esqueceu o propósito de ter se aproximado dela?

— Não senhor e... é sobre isso que eu gostaria de falar com o senhor - fala Kopa como se tivesse relembrado algo.

— E o que está esperando, eu estou aqui, diga - fala Haat perdendo a paciência.

— O senhor acha que realmente precisamos invadir as Terras do Reino? - diz Kopa - Nosso reino já não é grande o suficiente?

— Você está me questionando Kopa? - fala Haat aparentando decepção - Você ainda não entendeu o propósito de tudo isso durante todos esses anos? Não se trata de território e sim de controle.

— Mas e se algo der errado, muitos leões podem morrer e tem algo que o senhor não sabe sobre Vitani, ela tem um rugido, um rugido capaz de mover montanhas.

— Você está me substimando filhote? Arkan estava certo, você foi corrompido, por aquela "Guarda" - diz Haat desprezando a Guarda do Leão, um arrepio percorre o corpo de Kopa - Não era para isso ser assim, você deveria ser o mais forte de todos eles. - Arkan lançou um olhar de superioridade a Kopa, quando ouviu isso.

— Não senhor - fala Kopa negando as acusações - mas nós realmente não podemos vence-los e ....

— Eu já ouvi o bastante! - exclama Haat cortando Kopa - Vá! Se junte aquela leoa e faça o que quiser mas não volte mais aqui, essa não é mais sua casa.

— Mas senhor...

Nesse momento Haat atinge o rosto de Kopa com suas garras, com o impulso, Kopa foi jogado para trás e foi direcionado para a saída do desfiladeiro, por reação ele saiu andando sem nem ver para onde estava indo. A única coisa que ele consiga pensar era em deixar aquele lugar. Quando ele finalmente colocou os seus pensamentos em ordem, ele percebeu que já estava na saída do desfiladeiro. Kopa ficou alí, parado, tentando manter longe a idéia de fugir e deixar tudo para trás. 

Logo após Kopa sair, Haat chama por alguém.

— Galpa! - exclama ele dá entrada da caverna.

Surge então uma águia marcial cinza que estava camuflada entre as nuvens, dando voltas acima do desfiladeiro. Em um mergulho ela desce e fazendo um pouso forçado, crava suas garras no chão. Antes mesmo de ajeitar sua postura, ela reverência Haat, que já estava em sua caverna.

— Estou aqui senhor - diz ela ofegante se levantando.

— Fique de olho em Kopa e na Guarda do Leão, eles são nossa passagem para as Terras do Reino - fala Haat.

— Sim senhor! - responde Galpa, que saí voando em direção a caverna onde a Guarda estava, procurando algum sinal de Kopa.

"Se é para ir embora daqui, que seja com a Guarda do Leão, para as Terras do Reino. " Disse Kopa recuperando o fôlego, se enchendo de determinação. Ele se levantou, vendo um relâmpago no horizonte. Uma ideia então surge na mente dele.

Kopa segue correndo ao ultrapassar a entrada de onde a caverna de Haat fica, até chegar na entrada da caverna da Guarda, os outros leões se perguntavam que fim aquilo iria levar. Vitani se animou ao ver que Kopa estava a entrada da caverna, mas logo a animação desapareceu, nem tendo chegado perto dele, ela fica horrorizada com o corte das garras no queixo de Kopa.

— O que aconteceu?! - perguntou Vitani espantada, tentando chegar mais perto do machucado e recuando de hesitação ao mesmo tempo.

— Haat aconteceu. - falou Kopa, a voz dele era pura raiva - e tem algo que preciso contar a vocês.

Imara e as leoas se juntaram em torno de Kopa e então ouviram o que ele tinha de tão importante para lhes dizer.

— O único motivo de vocês ainda estarem aqui é que Haat precisa de vocês - falou Kopa revelando os planos de seu mestre.

Ele então contou tudo o que sabia sobre a trama.

— E você só nós diz isso agora?! - fala Tazama irritada.

— Não é hora disso Tazama - diz Vitani tentando focar no problema - temos que dar um jeito de sair daqui.

— E por que não vamos agora? - diz Kasi.

— É isso que eles querem - diz Kopa rancoroso - iríamos arrasta-los conosco. Temos que esperar o momento certo.

Antes que Kopa pudesse terminar de falar o céu é cortado por um poderoso relâmpago, que vem seguido de um enorme trovão. Uma tempestade épica se aproxima.

— Parece que essa é a nossa oportunidade - diz Vitani.

A massa úmida de ar chega, anunciando o que estava por vir. A chuva aos poucos engrossa e se torna uma tempestade. O grupo decidiu que a hora de partir chegou. Essa era a oportunidade que eles esperavam, os outros leões estavam dentro das espaçosas cavernas, de onde não poderiam vê-los. Começa uma forte ventania e o grupo dispara rumo a outra ponta do desfiladeiro, a nova cicatriz de Kopa queimava com as gotas afiadas, mas o desejo da liberdade era maior que a dor. Porém eles não sabem que alguém os vigiava, Galpa, do topo do desfiladeiro, onde podia ver tudo o que ocorria alí. Vendo os leões em fuga, ela plana de maneira desastrada, suas asas estavam pesadas com a água da chuva. Ela pousa em frente a caverna de Haat e o chama.

— Descanse Galpa, você serviu bem - disse Haat já sabendo o motivo dela estar ali e fazendo surgir um pequeno sorriso nela.

Galpa se protegeu da chuva, onde ela podia ver o discurso que estava para ocorrer.

Haat se põe em cima de sua própria caverna e ruge, fazendo o rugido ser mais alto que a própria tempestade. Ele convoca seus guerreiros, que saem de suas cavernas, se organizando em quatro grupos, perante Haat esperando as suas ordens.

— Ouçam leões - disse Haat na frente de todos - hoje, Kopa morreu para nós. Ele nos traiu, nos traiu pela Guarda do Leão!

E nós vingaremos a sua morte! Vamos destruir Simba e sua Guarda do Leão e tomar as Terras!

Ele olha para Arkan e continua.

— Em breve partiremos, Galpa nós guiará sem que percebam nossa presença e de agora em diante, Arkan será o herdeiro de meu trono.

Zamani então se retirou dali e Sahasa o seguiu.

— Zamani? Você está bem? - pergunta

Sahasa.

— Não acredito que Kopa nos traiu - diz Zamani desviando olhar.

— Você viu o que Haat fez com ele - responde Sahasa - você acha que foi Kopa que nos traiu?

— Tá mas o que vamos fazer - fala Zamani sem ideia alguma de qual atitude tomar - fugir sem mais nem menos? Esse é o nosso lar Sahasa.

— Eu sei disso Zamani, mas Kopa que nos resgatou, ele nos criou e nos protegeu, só estamos aqui por causa dele. E agora vamos nos voltar contra ele?

— Você está certa Sahasa. Mas nem sabemos onde eles estão agora.

— Você ouviu o que Haat disse, Galpa nos guiará até eles e quando chegarmos lá, lutaremos ao lado deles - concluí Sahasa.

Zamani parece ficar um pouco mais animado.

— Vamos, é melhor voltarmos antes que percebam - disse Sahasa começando a andar.

Enquanto isso a Guarda do Leão junto com Kopa corria para se afastar o máximo possível para sair daquele lugar. Eles já haviam saído do desfiladeiro há algum tempo, e agora corriam em direção a floresta que estava a alguns quilômetros dali. De onde veio a tempestade que encharcava toda a savana em volta do desfiladeiro.

— Podemos parar um pouco? - pergunta Shabaha, já cansada de correr.

— Não - responde Kopa sem hesitar - estamos expostos aqui, não podemos dar a eles a chance de chegarem até às Terras do Reino. Quando chegarmos a floresta podemos descansar.

A grama já tinha se tornado alta e resistente como uma corda, assim como as leoas se lembravam só que muito mais forte.

Shabaha acaba enroscando a pata traseira enquanto corria e a grama a puxou de volta para trás. Ela murmura um pequeno "ai", mas não faz tanto caso, não valia a pena gastar energia com palavras. 

— Shabaha? - perguntou Vitani procurando por ela.

— Aqui! - gritou Shabaha, Vitani e os outros vão até ela - estou bem, só tropecei na grama.

— Consegue se levantar? - perguntou Kopa - Temos que voltar a correr.

— Consigo - disse Shabaha se esforçando para levantar do chão encharcado.

— Podemos andar um pouco mais devagar? - perguntou Vitani - a grama é bem mais alta por aqui.

Kopa hesita um pouco.

— Podemos, mas temos que chegar até a floresta antes da tempestade acabar, - disse Kopa se pondo a andar.

Era meio-dia, relâmpagos ainda cortavam o céu, se recusando a ir embora a tempestade parceria estar em seu clímax. O som do rugido ecoa pelo desfiladeiro, anunciando a partida dos leões. Galpa tenta levantar vôo, mas a chuva era muito pesada.

Ela voltou a Haat que supervisionava a partida dos leões.

— A chuva ainda é muito forte senhor, não há como levantar vôo. - gritou Galpa acima da chuva.

— Você disse que eles foram a oeste não é? - perguntou Haat.

— Sim.

— Então é nessa direção que nós iremos.

Zamani tentava ouvir a conversa de longe. Ele se assusta quando Arkan chega por trás dele.

— Você sabe onde está Sahasa? - pergunta Arkan preocupado.

— Não, mas eu acho que ela está na caverna - respondeu Zamani.

Ele olha para um outro leão que vai até Sahasa, enquanto Arkan permanece do lado de Zamani.

— Você já deve imaginar não é? - disse Arkan - Agora eu vou continuar seu treinamento.

— Será uma honra. - diz Zamani tentando fingir estar feliz com aquilo.

— Meu grupo já vai sair agora. É melhor eu ir com eles - disse Zamani se retirando.

Sahasa saiu de sua caverna junto com dois leões, os dois com grandes folhas, cheios dos mais variados tipos de plantas, amarradas no pescoço.

Assim as tropas de Haat partiram do desfiladeiro.

A tarde, a vegetação se tornava cada vez mais densa, as árvore se tornavam cada vez maiores, não deixando a luz do sol passar. A fronteira tropical estava perto da Guarda do leão e de Kopa. 

— A chuva está parando! - disse Tazama animada.

— Então está na hora de se apressar! - disse Kopa - Vamos!

— Eles já não estão longe o suficiente Kopa? - Perguntou Imara ofegando.

— Talvez, mas Galpa está do lado deles - as leoas não entenderam - a águia, Galpa.

Assim elas não questionaram mais. 

A chuva havia parado, eles já estavam na floresta, debaixo de milhares de árvores, seria difícil para Galpa localizá-los alí. Kopa finalmente concordou que eles deviam descansar.

— Até que em fim, uma pausa - disse Shabaha se deitando.

— Pensei que você fosse continuar de pé Kasi - comentou Imara vendo que Kasi se deitava.

— Já corri o bastante hoje - disse Kasi.

Kopa nem ligava para a conversa a sua volta, só conseguia pensar na liberdade que ele tinha agora, pela primeira vez em anos ele pôde sair de seu reino, sem ter que planejar um ataque após outro. Pensava em como seria seu reencontro com Simba e Nala, e como seria conhecer sua irmã. Mas logo a mente de Kopa voltou a realidade, ele se lembrou dos seus amigos que ficaram no desfiladeiro, que agora seriam seus inimigos.

— Kopa? - disse pela terceira vez Vitani.

— O... o que? - pergunta ele voltando ao presente.

— Agora que estamos voltando, tem algo que eu preciso de contar.

— Pode me contar qualquer coisa, o que foi?

— Além da Kiara, você tem um irmão - Kopa fica surpreso - o nome dele é Kion - Vitani espera um reação ruim de Kopa.

— Sério? - Kopa pergunta, e Vitani afirma - Então eu estou ansioso para conhecê-lo - disse Kopa impressionando Vitani.

O grupo descansou um pouco, mas logo seguiu viagem, Galpa já podia estar procurando por eles como Kopa disse. Eles caminharam até pouco depois do pôr-do-sol, até que pararam, haviam encontrado um bom abrigo, uma caverna coberta por várias árvores e muito espaçosa.

Os leões se deitaram no seu interior e após descansarem um pouco decidiram como fariam a vigília.

— Faremos turnos - disse Vitani - dois leões. Estejam preparados, porque se algo acontecer teremos de correr.

E assim ficou decidido. A noite começou e Vitani e Kopa foram cumprir seu turno na entrada da caverna.

— Parece que conseguimos - diz Vitani se aproximando de Kopa que já estava na entrada da caverna.

— É... parece que sim - concordou Kopa.

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Continua...

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Todos os créditos aos criadores das imagens.

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E aí pessoal! Gostaram do capítulo. Mas que ódio do Haat cara 😠😂. Espero que tenham gostado. Comente e sigam o blog. O próximo capítulo saí na segunda, dia 22/06. Espero vocês!

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Feat. Nafasi lion